segunda-feira, maio 02, 2005

SLAX 5.04

No mundo dos live CD, há, como nas versões install, muitos "flavors". E há uma versão que é bastante interessante. A dos Mini Live Cd. Estes CDs oferecem ao utilizador um sistema operativo que cabe em menos de 200MB. O objectivo é conseguir gravar um CD de 8cm de diâmetro e desta forma ter um linux capaz de caber num bolso de camisa. De entre os Mini-live-Cd um dos mais interssantes é sem dúvida este SLAX 5.0.4, baseado em SlackWare e oriundo da républica Checa.

PRIMEIRA IMPRESSÃO

O Slax é simples. Terrivelmente simples. Para caber num cd de 200 MB não pode trazer os pacotes mais pesados. Não pense encontrar aqui o Open Office por exemplo. O Slax é feito a pensar na versatilidade, no transporte e no utilizador que precisa de ter um sistema linux por perto para efectuar algumas tarefas simples sem contudo ser intensivo. Ou então alguém que quer começar por instalar um sistema leve e depois ir acrescentando pacotes à medida do seu gosto, sem ter que começar com uma distribuição pesada e ter depois que limpar, limpar, limpar, sem ser muitas vezes bem sucedido.

ARRANQUE

O arranque é efectuado sem problemas de maior. Se não utilizarmos os cheat codes especiais, o slax arranca dando enter no boot e acaba numa consola de login. Consola? Sim. O Slax em vez de lançar automaticamente o ambiente gráfico fica na consola. Como alguns dos utilizadores de uma distro leve, a utilizam muitas vezes como firewall ou como recover CD, esta opção até pode ser utilizada. Contudo não se pode ter o melhor de dois mundos. Agradar e a utilizadores avançados e ter uma distro simples é complicado, e neste Slax eu prefiro a sua simplicidade.

48 HORAS

As minhas primeiras 48 horas com esta distribuição tiveram os seus ups and downs. Primeiro testei a distro na versão 5.00 que tinha alguns bugs. Depois não conseguia aceder à minha pen. Depois.. as versões 01 02 03 e 04 sucederam-se a um ritmo que parecia que não queriam parar. De cada vez que faziam uma iso parecia que se esqueciam de verificar qualquer coisa. Até que nesta versão parece que acertaram. Agora que tudo parece funcionar comecei a viver com a distro.

LOGIN

Muitos Live CD arrancam com um utilizador por defeito e com a conta de root desactivada. E nessas alturas para conseguir aceder como root é preciso fazer

sudo passwd

e depois atribuir uma password de root para a conta ficar activada. No caso tal não acontece. O utilizador pode aceder como root utilizando a password que está na consola de login, o que num live cd onde não é possível fazer muitos estragos, faz todo o sentido. Outra das características deste Slax é que não arranca em modo gráfico. O utilizador só arranca com o modo gráfico se assim pretender, através do comando

startx

de resto pode trabalhar em consola. Claro que muitas vezes tal bastará, uma vez que este CD vai funcionar execelentemente como rescue.

PENDRIVE

Para quem já leu este blog, sabe que a minha pen drive é a forma que mais utilizo para trabalhar com estes live linux... permite-me ter os textos, as imagens e andar com a casa atras, como se costuma dizer. Para minha infelicidade a pen não apareceu no desktop quando arranquei pela primeira vez e também não apareceu no Storage Media do Konqueror. Assim para instalar a pendrive fiz o seguinte:

abri uma consola

como estava logado como root (root@slax:~# deve aparecer no ecra) fiz lsusb para listar as coisas ligadas ao usb e verifiquei que estava lá a pen. Como a pen fora encontrada fiz

ls /dev/sd* (serviu para saber se tinha o device sdaX, normalmente associado às pens...)

Obtive:

/dev/sda /dev/sda1

Como o sda1 estava lá tratei de criar uma pasta para montar a pen

mkdir /mnt/pen

por fim faltava apenas montar...

mount /dev/sda1 /mnt/pen

a partir deste momento a pen estava disponível em modo de escrita e de leitura. Faltava apenas criar um icone no desktop a apontar para ela.

Para isso no desktop cliquei com o botão direito numa zona vazia. Fiz Create New... e depois Link to Device...

O quadro que se preenche de seguida é muito simples bastando estar atento em colocar no último separador o device correcto da nossa pen, no meu caso introduzi /dev/sda1

A minha pen estava configurada. Podia começar a escrever este texto.

KDE 3.4


SLAX 5.04 desktop

O KDE é talvez, juntamente com o gnome, o gestor de janelas preferido pelos utilizadores de linux e nesta versão 3.4 parece ter atingido a qualidade que durante bastante tempo andou escondida. No slax, ao contrário por exemplo do Kubuntu, os ícones não são desproporcionadamente grandes e parece ser mais agradável de trabalhar que nessa outra versão. O Slax pretende ser simples e verdadeiramente é.

SOFTWARE

Em 200MB naturalmente não é possível trazer muito software instalado. O Slax quando instalado no disco rígido não ocupa mais que 550 MB. Mas mesmo assim o Slax pode ser um excelente rescue CD. O slax traz em termos de produtividade o KWord, o Kspread e o Kpresenter (Pacote Office oficial do KDE) que são mais leves que o pesado OpenOffice. Em termos de Internet não encontrei o Firefox, que é de momento o melhor browser para se ter, mas o Kde tem o quase tão aclamado Konqueror. Utiliza também o Kmail e o Kopete como programas de email e de Instant Messaging. Para gravar CDs o Slax traz naturalmente o K3b e a razão pela qual falo dele é porque finalmente esta versão open source passou a receber a concorrência de peso do NeroLinux. Por enquanto o NeroLinux parece estar ainda a anos luz da versão open source, mas a concorrência é sempre salutar e geradora de novos desafios.

JOGOS

Para enganar o patrão, todos os sistemas operativos trazem um conjunto de joguinhos, claro que este slax não foge à regra e apesar dos 200MB do CD, pode-se encontrar lá no menu de aplicações o KBounce, o Patience e o KBattleShip. Nada do outro mundo, mas também o linux não foi feito para jogar.

UTILIZAÇÃO

Tenho que ser justo. sou um Recem chegado ao Linux em termos de utilização assidua. Algumas coisas, gadgets gráficos e afins são uma supresa para mim, mesmo que já existam há muito tempo. Uma das coisas que descobri neste Slax é a barra "à la Mac OS - X" que se pode colocar no topo do ecrã. Sempre fui um defensor desta barra, que elimina completamente a barra da janela da aplicação. Com isso ganha-se espaço e velocidade de utilização. Em termos ergonómicos é só atirar o rato lá para cima que não há o risco de falhar. Uma verdadeira benção. O Gnome também usa esta barra, mas no caso, apenas para os menus mais comuns.

BUG

Um bug que me surgiu durante a utilização do slax foi o seguinte. Comecei a escrever este texto no KWord e gravei-o como rtf para depois o poder editar no Word da M$, para testar a compatibilidade. Fi-lo mas gravei o nome do ficheiro com uma série de pontos no meio do nome. Ora A M$ não gosta de nomes com pontos e substitui-o por um nome com til. Depois ao reabrir o Kword no Slax com o ficheiro de trabalho, o Kword ao fim de algum tempo .. pendurava... e perdia o trabalho todo. Porquê? Penso que por causa do conflito com os nomes. Aqui fica o aviso. Cuidado com a forma como se dá os nomes aos ficheiros quando se pretende trabalhar em ambientes mistos.

CONCLUSÃO

Baseado em Slackware, o Slax supreendeu-me acima de tudo pela velocidade e pela leveza. No meu portátil correu às mil e uma maravilhas. Se até agora eu sou fã de Debian e suas variantes e penso que apenas mudaria para um Fedora se me obrigassem esta distribuição pela sua leveza parece-me ser muito, mas mesmo muito boa. Leve, robusta e simples de utilizar. Para a utilizar o utilizador tem que saber quais as suas limitações. Naturalmente não possui os gadgets de outras distribuições, mas é muito atraente e tem uma imagem muito cuidada. Aliás, penso que demasiado cuidada.


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COMPAQ PRESARIO 14XL455
Pentium III - 700Mhz - 320RAM

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