sexta-feira, abril 29, 2005

Aventuras de um caloiro...

pelo menos nestas andanças, as de quem ousa mudar de sistema operativo.
Eu e os computadores sempre nos demos relativamente bem. Eu nunca os percebi muito, eles nunca percebem bem o que eu quero, mas vamos andando.

Como muita gente, sempre utilizei M$. Tudo, desde o sistema operativo até à aplicações de Office. Era o que havia, pelo menos na minha esfera de conhecimento. Já tinha ouvido falar em Linux, enquanto andava a estudar (já lá vão mais de dez anos), graças ao Teles. Até já tinha instalado uma distribuição de Linux, mas que era só o kernel e pouco mais. Para alguém como eu, que tinha calafrios só de ver um ecrã preto com letrinhas, aquilo não me pareceu muito promissor. Na altura apaguei a partição, voltei a pôr tudo M$ e nunca mais pensei no assunto. Até ao ano de 2004.
Por alturas de Outubro já tinha descoberto uma aplicação Office, que não sendo M$, é perfeitamente compatível com ela. Trata-se do OpenOffice.org. Na altura instalei a versão para Windows, e tencionava começar a desbravar mato para ver se conseguia dizer adeus de vez ao Office da M$. Entretanto, e graças a uma acção de formação que assisti, tive contacto com uma distribuição de Linux, CaixaMágica, na altura na sua versão 8. Eu diria que essa acção de formação mudou o meu computador. Acabei o acção de formação já com o CM instalado na minha máquina, para mais tarde ter mudado para RedHat-FC3. Desde aí tem sido uma aventura trabalhar no computador, mas tem valido a pena.

quinta-feira, abril 14, 2005

KANOTIX 2005-2

A minha primeira abordagem a uma distribuição Kanotix foi através de uma variante, o Kurumin. O Kurumin é baseado em Kanotix que por sua vez é baseado em Knoppix que por sua vez é baseado no Debian. Ora se isto parece confuso, não o é. A facilidade do Linux reside em que cada um junta ao que já existe mais alguma coisa do que gosta. Assim compreende-se que em relação ao excelente Knoppix outros tenha juntado algumas opções pessoais. O Kanotix é conhecido por acrescentar ao Knoppix as últimas versões unstable do debian, permitindo ter um sistema super actualizado em permanência (mesmo correndo o risco de que alguma coisa não funcione a 100%).

:ARRANQUE
Quando arranquei o sistema apareceu o menu de boot do grub. Aqui podem-se definir imensas opções para o arranque do Kanotix e convém explorar um pouco antes de continuar, de forma a obter os melhores resultados no desempenho da máquina. As línguas que se podem escolher são o Inglês e o Alemão. Se como eu, preferirem o Inglês para trabalhar então não terão muitas queixas das opções apresentadas. Se não for a primeira vez que aqui venham e já tenham definido uma pasta home, então é aqui que devem indicar ao OS para a procurar. (Ver mais adiante)

:TECLADO
Claro que o depois de entrar o gestor de janelas (KDE) o teclado tem que ser configurado para português (ainda há coisas que...). Para tal basta ir ao Control Center e depois a Regional & Access. Aí activa-se o perfil português e desactivam-se os restantes teclados (se se quiser está claro). A partir desse momento temos o KDE 3.4 a funcionar com cedilhas e acentos... ufa...
Convém dar uma vista de olhos pelos restantes grupos. Pode sempre haver alguma coisa que se queira configurar.

:KERNEL
O Kanotix vem com o último Kernel, o 2.6.11-Kanotix-7. Ou seja, tem algumas patches feitas do Kanotix. Para quem quiser ter as ultimas actualizações, os últimos avanços eles estão lá.

:Wi-Fi
A Minha placa wireless é fabricada em Taiwan como muitas outras e muitas vezes tive problemas para a colocar a funcionar. O chipset é da Ralink (rt2500) e já me deu mais dores de cabeça. Ainda para mais porque a minha ligação à rede é feita normalmente com uma VPN da microsoft sobre uma ligação Wi-Fi aberta. Ora com tanta coisa para configurar foi até agora difícil encontrar uma distribuição que tivesse tudo o que precisava para fazer funcionar a minha rede. Muitas vezes acabava por utilizar o ndiswrapper, por preguiça e mesmo assim nem sempre com bons resultados. Depois era o pptp que faltava. Por fim...até a rede estava em baixo.
Este Kanotix tem tudo o que preciso. O módulo da Ralink está já compilado e carregado assim como os pptp necessário para fazer a ligação VPN. Embora continue a não ser fácil para um leigo por o Wireless a funcionar com uma VPN, o processo é mais simples e seguindo algumas instruções a coisa simplifica a vida a muitas pessoas. Não sei se os drivers para o rt2500 foram compilados para o Kanotix, se para o Knoppix, pois penso que a versão (3.8.1 - a rever um destes dias) também os traz. Em todo o caso são muito bem vindos. Pena é que o utilitário da Ralink só surja na versão rt2400... Algo para se dar uma vista de olhos quando houver mais tempo.

:KDE 3.4


Kanotix 2005-2

O Kanotix traz por defeito o KDE na sua última versão. Uma das coisas que mais gosto é a capacidade de retirar a "border" das janelas ficando com a barra de menus das aplicações coladas ao cimo do ecrã (um pouco ao estilo do sistema X da Apple.) Contudo o sistema tem uma pequena falha de ergonomia. Nos apple a linha 0 do topo do ecrã faz parte dos botões, querendo dizer isto que o utilizador ganha tempo de utilização uma vez que não tem que abrandar o movimento do rato para acertar no alvo. Basta atirar o rato para o topo que ele vai estar sobre o botão. Como a primeira linha de pixeis não faz parte dos botões o tempo de utilização não é significativamente melhorada. As questões de ergonomia são ainda uma prioridade em qualquer sistema 'ix que queira ser o mais user friendly possível. Mas a seu tempo lá chegaremos. Para voltar a ver a janela, agora utiliza-se o ALT+F3 para conseguir aceder de novo aos comandos e restaurar a "border".

:HOME
A vantagem dos Live CD é sem dúvida a possibilidade de trabalhar em qualquer computador, em qualquer lugar, sem termos que incomodar os donos dos respectivos donos. Basta-nos andar com o CD e se não quisermos utilizar um CD de 12 cm... há light live Cds com 200MB que cabem nos cds de 8cm... Óptimos para levar no bolso de uma camisa. O problema que se coloca é como transportar depois os nossos dados, ou como os guardar? Se corremos a partir do CD como gravar? A minha solução passa por uma pendrive. A minha de 1GB anda sempre comigo e é no fundo a minha pasta de documentos virtual. Uso-a para ter ficheiros de configuração, documentos, imagens e até isos de novas distribuições de linux para depois gravar.

Ora se esta estratégia não bastasse o Kanotix, à semelhança do Knoppix e outros, permite que o utilizador grave as suas definições e a sua paste /home no disco duro ou na pen. Assim não será preciso voltar a configurar o ecrã, ou o teclado ou mesmo a net. Basta indicar o kanotix onde se encontram as configurações no menu de arranque do grub( já falei disto no início, agora vamos ver como restaurar os nossos dados). Uma maravilha. Gravei as minhas definições e no boot acrescentei:

home=scan myconf=scan

de forma a que o kanotix procure, quer a minha pasta home, quer as minhas configurações durante o arranque. Caso saiba a localização das configurações, pode ser mais específico, mas eu sou muito preguiçoso. Depois no arranque o OS procura a pasta home na pen e os dados de configuração. Quando o sistema volta, já não é preciso configurar tudo de novo.

:TRABALHAR
Cada vez mais as distribuições estão próximas de lutarem lado a lado com outras marcas que fazem da facilidade o seu pergaminho, mesmo que depois ... não entremos em rivalidades que afinal eu até sou um utilizador multi-OS... O Kanotix vem equipado com um conjunto de programas prontos a fazer a delícia de qualquer utilizador típico de uma estação de trabalho. A Saber:

O Kanotix não é só um Kernel e um gestor X. Havendo ainda muitas dúvidas entre utilizar o Xorg o Xfree (o kanotix vem com o Xfree) não me vou pronunciar sobre o assunto. Como utilizador, quero apenas que a coisa funcione. E para já o Xfree funciona. Se bem que já tenha visto o Xorg a portar-se também muito bem...

:CAPTIVE e XP SP2
O Kanotix suporta a leitura de drives formatadas em NTFS embora seja fortemente desaconselhado a sua utilização em modo Write, porque o suporte ainda é muito "novo" e ... Se os seus dados do Windows são importantes... NÃO! Para dar a volta ao problema o kanotix traz uma forma especial de montar o seu disco ntfs com permissões de escrita. O Captive é um driver que utiliza os drivers da Microsoft para ler e gravar o disco C. Esses drivers são proprietários da microsoft pelo que não vem incluídos no Kanotix, mas se você precisa de aceder a um disco NTFS eles então estão nesse disco. A aplicação de configuração do Captive procura automaticamente os drivers, mas se você tiver o SP2 do windows xp então o sistema não funciona. O SP2 altera um dos ficheiros necessários e faz com que o captive não o reconheça. Aqui fica um truque para solucionar o problema. Primeiro monte a partição do disco C: como read only. Quando aparecer a janela do Captive faça skip e depois Browse para indicar à aplicação onde se encontram os ficheiros necessários. Aponte a pasta Windows (admitindo que tem o windows instalado em C:/WINDOWS aponte para /mnt/hda1/WINDOWS/ ) e faça Forward. Vai ver que o captive vai funcionar. Outra solução é depois de encontrar os ficheiros, copiá-los para a pen... (Como eu gosto da minha Pen)

:APT-GET
Ora por esta altura já tem quase tudo o que precisa para começar a trabalhar. Acesso ao seu disco. Net Wireless e com complicadas VPNs da M$ em cima. Falta apenas dizer-lhe como se manter actualizado:
O Kanotix é um sistema baseado em Debian e como tal a actualização é efectuada normalmente a partir dos repositórios existentes na internet. Estes repositórios estão configurados num ficheiro em /etc/apt/sources.list. Pode acrescentar alguns mirrors portugueses se pretender não pagar tanto nos downloads internacionais da Portugal Telecom. Depois é só utilizar o utilitário apt-get:

apt-get update - Para actualizar a listagem dos repositórios.
apt-get install pacote - para instalar um novo pacote

O Kanotix também traz o SynAptic para gerir os pacotes se não quiser utilizar a consola de texto.

:ROOT
Quase me esquecia deste detalhe. Alguns destes comandos devem ser feitos como root ou então utilizando o sudo. No Kanotix o root não está activado e as aplicações que precisam dele acabam por falhar. Assim a melhor forma de activar a conta de root é fazer um

sudo passwd

e introduzir uma password para o root. Depois já se podem utilizar as opções todas de administrador.

:HARD-DISK INSTALL
Como o seu irmão mais velho o knoppix esta distribuição tem também a possibilidade de fazer a instalação da distro no Hard-Disk. Todos sabemos o quão lenta pode ser por causa do leitor de CD e uma versão instalada era muito mais gira. Assim o Kanotix tem o comando

kanotix-installer

que permite fazer uma instalação para o HD. Se por acaso estiver ligado à net pode optar antes por fazer

kanotix-installer-latest-web

tendo assim logo um sistema bastante actualizado.

:FINAL
A partir de agora não tem desculpa para não possuir um sistema em linux. O Kanotix é talvez um dos melhores sistemas live que já encontrei, nomeadamente com suporte nativo para algumas coisas que a minha preguiça sempre deixou um pouco desleixadas. O meu Wi-Fi foi uma delas. O suporte para NTFS está cada vez melhor, graças à própria M$ e os mais de 15000 pacotes disponíveis no debian fazem desta distro uma solução muito versátil. Muito para brincar, muito para explorar. Se bem que tendo muito positivo, há uma coisa negativa que não posso deixar passar em claro. A imagem do desktop é muito fraquinha... muito German alguns dirão. A verdade é que a artwork podia ser um pouco melhorada.
O sistema não é talvez o sistema ideal para um iniciado, porque para isso de momento nada há melhor que os UBUNTU e KUBUNTU que verdadeiramente são imbatíveis na criação de um Desktop Linux. Mas para o utilizador que queira um pouco mais dos pacotes mais recentes, com os últimos "gadgets" do debian/sid (unstable) é aqui que devem procurar. Agora vou aqui instalar isto no disco duro. Prometo que em breve faço um guia de como instalar um live CD Knoppix/Kanotix/Kurumin no HD.

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Portátil Compaq Presario 1400
Pentium III - 700MHz - 128RAM (depois 320RAM)

quarta-feira, abril 13, 2005

KUBUNTU 5.04

Actualmente o irmão desta distribuição, o UBUNTU, é o menino bonito das distribuições do planeta. Bate todos os recordes de hits no distrowatch.com e bateu até o mais que simpático Mandriva (antigo Mandrake agora associado ao Conectiva). Para além do mais o Ubuntu trouxe finalmente a plataforma linux para um nível em que verdadeiramente já se pode falar de Desktop Linux. Sempre fora difícil convencer as pessoas a renderem-se a este sistema operativo, uma vez que mesmo depois de ter um sistema instalado e actualizado, o utilizador médio achava que tinha instalado uma série de programas dos quais não precisava para nada e que segundo ele apenas tornariam o seu pc mais lento. Verdade seja dita, o utilizador de Linux Desktop não precisa de compiladores, servidores e afins. O utilizador de Desktop precisa de:

- Um browser no qual confie
- Um pacote de Office com processador de texto, folha de cálculo e programa de apresentações
- Um programa de email robusto e que permita gerir várias contas, contactos e agendas.
- Um conjunto de joguinhos de cartas para estar entretido enquanto faz que trabalha
- Um sistema multimédia para ouvir uma musiquitas, ver uns filmes e pouco mais.

Uma distribuição que se proponha ser tão simples que permita ao utilizador ter isto sem ter que configurar uma palha, sem ter que se preocupar com Shells / Roots / etc / debians e a afins é naturalmente um sucesso.

ARRANQUE
Ao contrário de outros live cds, o UBUNTU e o KUBUNTU Live não permitem fazer instalação a partir do live cd. Para se poder fazer a instalação no Disco Rígido é necessário possuir a versão install dos mesmos. Se não quiser fazer download de duas isos de 700MB cada uma, pode pedir cds de Instalação e Live completamente grátis a partir do site da distribuição. Serão enviados para a morada que indicar sem nenhuma cobrança.
O processos de arranque do Kubuntu Live é muito semelhante ao do Install, recorrendo a um modo de texto para configurar algumas características do seu computador, nomeadamente o teclado e localização. O restante processo de detecção é automático e o Kubuntu consegue detectar quase tudo. A princípio tinha o computador com 128MB Ram e com apenas 2MB para vídeo e ele teimava em colocar o ecrã em 800x600 o que me obrigava a digitar no menu de arranque do grub

live vga=791

para o forçar a utilizar o modo de 1024x768.

Depois de acrescentar memória, coloquei na Bios a memória vídeo nos 8MB e o kubuntu detectou bem a minha resolução de trabalho e arrancou sem problemas. Com durante o processo de arranque a minha pen drive estava colocada na porta USB, quando o desktop do KDE apareceu, já lá se encontrava o ícone da pen. Alias quer no KUBUNTU, quer o seu irmão UBUNTU, são muito espartanos quanto à utilização do desktop. O desktop é uma área de trabalho por excelência do utilizador e portanto a distro não a atafulha com gadgets, nem com ícones. Isso será tarefa do utilizador.

KDE 3.4


Kubuntu 5.04 Hoary HedgeHog

E é aqui que entra o UBUNTU e a sua história. Se na versão sem K Tudo gira em torno do Gnome, neste o K quer naturalmente dizer KDE. A versão instalada é a 3.4 e comporta-se lindamente, apesar de os ícones por defeito serem monstruosamente grandes. Claro que eu sou defensor da utilizabilidade e esta é proporcional ao tamanho dos targets. O rato terá menos hipóteses de falhar com estes ícones descomunais, mas num monitor 1024x768 do portátil penso que são descomunais. Talvez a ideia por detrás desta versão tenha a ver com a simplicidade que existe no desktop gnome do ubuntu. O Kubuntu segue a mesma filosofia, mas penso que talvez não esteja tão bem conseguida. De resto, o sistema corre em cima de Xorg o que segundo as últimas tendências, parece ser o gestor de janelas da moda, muito por culpa da mudança de licença do Xfree. A ver vamos como será o futuro.

SOFTWARE
O software que vem instalado nesta máquina é, juntamente com o existente na versão Gnome, o mais interessante para quem estiver com dúvidas se pode mudar para Linux e fugir aos problemas apresentados pela maioria dos utilizadores do Windows. Sem grandes aplicações ?estranhas?, o computador fica instalado com as ferramentas de produtividade mais procuradas no utilizador doméstico ou de escritório. Internet, Office e Multimédia estão muito bem cobertas, pensando que apenas a falta de GIMP (programa de edição de imagem ? o clone do Photoshop da Adobe e talvez o caso que melhor exemplifica o sucesso do linux) pode manchar um pouco esta boa distribuição e assim dar-lhe uma nota inferior que ao irmão UBUNTU.

ACTUALIZAÇÕES
O Ubuntu e o Kubuntu sendo baseados em debian, estão constantemente em desenvolvimento e então a pergunta que se pode colocar é saber porquê optar por esta distribuição em vez de um debian. A grande diferença é que ao contrário da versão estável do Debian, que anda muito atrasada, nunca se sabendo muito bem quando esperar nova distribuição, o (K)UBUNTU garante uma nova distribuição estável com prazos cumpridos. E é este compromisso com os prazos de produção de versões estáveis, que está a permitir ter tanto sucesso.
Naturalmente alguns utilizadores ao olharem para a listagem de pacotes instalados a partir do CD poderão sentir falta de alguns programas favoritos, e quererão instalar coisas novas. O K(UBUNTU) utiliza o sistema APT-GET e os repositórios do ubuntu apontam para as versões estáveis. Se no UBUNTU havia a o Synaptic para servir de interface com o APT-GET (aqui ninguém quer ir para a consola, pois a ideia é ter uma distro easy... mas se quiser pode ir arranhar tudo à mão) no KUBUNTU existe a correspondente versão, o Kynaptic. No fundo permite fazer um upgrade das listagens de pacotes disponíveis e proceder ao processo de instalação dos pacotes novos desejados. O processo de instalação de novos pacotes não podia ser mais fácil. E se por acaso prefere as versões menos estáveis então fique sabendo que existem repositórios UNIVERSE e MULTIVERSE que equivalem às versões testing e unstable do debian... mais ou menos. Basta editar o ficheiro /etc/apt/sources.list e descomentar as linhas necessárias. Aliás o ficheiro explica bem como o fazer. Depois é só utilizar o Kynaptic para instalar a sua distribuição favorita e pronto. Brinca como gente grande.

WINDOWS
É estranho falar de uma distribuição linux e valorizar o Windows. Principalmente quando se diz que este K(ubuntu) é a melhor alternativa ao próprio Windows. Ora acontece que talvez a melhor forma de convencer os utilizadores de Windows, seja mostrar-lhes o que o linux e a comunidade open source são capazes de fazer. Por causa disso o CD Live do Kubuntu, traz uma pasta com cerca de 100MB de programas open source. O Utilizador de Windows pode experimentar as versões para a OS M$ de alguns dos populares programas existentes em Linux. A saber:

- Abiword (Editor de texto simples mas bastante completo)
- Audacity (Editor de áudio)
- Firefox (O melhor browser do momento. O grande rival do IE para quem souber que há rivais ao IE)
- Gimp (O Rival do PSP. O verdadeiro sucesso do Linux passa por este programa)
- OpenOffice ( Este conjunto de ferramentas de produtividade substitui o Office da M$ e acrescenta algumas ideias muito interessantes ao conceito já existente)
- Thunderbird (O Programa de email companheiro do Firefox.)

CONCLUSÃO
O Ubuntu e o Kubuntu estão neste momento a ter o sucesso que é merecido por vários factores: Foram capazes de fazer um linux para utilizadores em vez de especialistas. O sistema é robusto, estável e simples de utilizar. É até divertido, devolvendo o prazer de utilizar um computador. É completamente gratuito e promete continuar a ser. É fiável e permite que daqui a seis meses, possa fazer novo download e nova instalação do novo e mais recente Linux, sem se preocupar se esses seis meses serão 7, 8 ou anos.

--/ Máquina de Testes /--
Compaq Presario 14XL455
Pentium III ? 700 Mhz 312 MB Ram

domingo, abril 10, 2005

UBUNTU 5.04

O mundo do Linux sempre foi um mundo eu nunca fiquei mas onde ocasionalmente regressava. As viagens sempre foram curtas, pois a descoberta de algumas facilidades aliciantes, logo eram contrapostas por algumas saudades de outras preguiças do Windows. A grande dificuldade do Linux em se estabelecer como verdadeira plataforma para o comum dos mortais, sempre foi a sua flexibilidade. Talvez o Ubuntu ao reduzir essa flexibilidade tenha feito apaixonar de novo o grosso das pessoas. Eu decidi experimentar esta distribuição da qual nada sabia para tentar voltar a acreditar.

:Para o Leigo
Enquanto utilizador de Windows a grande reticência sempre presente na procura de uma mudança é a franca falta de segurança que os programas de windows apresentam. Isto porque essa mesma falta de segurança leva a que facilmente se arranjem cracks, números de série, patches e afins. A verdade é que os programas de computador não foram feitos para terem números de série e de segurança e afins. Foram feitos para trabalhar. Para produzirem aquilo para que foram idealizados. No mundo Windows este pequeno grande ?bug? criou uma industria paralela, que se dedica ao comercio e exploração deste nicho de mercado. Claro que não estou a defender que o software deva ser livre... bem até estou a defender que sim, o software deve ser livre. As patentes são um anedotário e coisas como o click ou as janelas serem quadradas estarem patenteadas levará ao fim de muitos bons projectos. O software existe por si e não por causa do dinheiro. E enquanto os tribunais não perceberem isso vamos continuar a assistir ao desaparecimento de excelentes projectos. Agora ao Ubuntu...

:Arranque.
Logo no arranque o Live Ubuntu ? (a análise é sobre a versão live. a install ficará para outras alturas) mostra o menu de arranque. Aqui podem ser definidos alguns parâmetros de arranque, mas normalmente basta carregar no enter para que o processo corra sem problemas. A detecção do hardware parece correr sem problemas de maior, com um único detalhe. O Ubuntu não inicializa a minha placa Wireless com um chipset da Ralink ? rt2500. Paciência. Podemos contornar isso mais tarde se instalarmos o Ubuntu no Disco.

:GNOME 2.10


Ubuntu Desktop

O Ubuntu utiliza o Gnome na sua versão mais recente, a 2.10, para criar um ambiente de trabalho limpo, simples e muito elegante. Pessoalmente experimentei o último KDE 3.4 com os seus ícones gigantes e desgostei. Achei-o muito mal acabado. Talvez um pouco apressado e prefiro até o desktop na versão 3.3.x à 3.4... O Ubuntu, em todo o caso, vem com o Gnome (quem preferir o KDE, tem o Kubuntu, disrto irmão deste mas com desktop KDE). Durante muito tempo, por influência do Suse, fui utilizador do KDE e só mais recentemente é que apreciei com mais veemência a simplicidade de funcionamento do Gnome. Acaba por ser um desktop que verdadeiramente funciona. Que se torna naquilo que uma pessoa necessita de um desktop. Um espaço de trabalho. Daí que dentro desta filosofia, os programadores do Ubuntu tenham decidido manter o desktop completamente limpo de gadgets e applets que ocupariam espaço. No topo, a barra com 3 menus leva-nos onde queiramos. Isto tudo corre em cima do Xorg

:Wi-Fi
Como já disse, o Ubuntu não detecta a minha placa Wireless. O Knoppix e o Kanotix já trazem os drivers para esta placa o que me faz ficar de nariz torcido porque o meu acesso à net é feito por Wireless. Claro que depois de fazer a instalação do ubuntu no disco a coisa simplifica-se. Posso fazer download do código fonte dos drivers e compilá-los. Ou então utilizar o ndiswrapper para utilizar os drivers do Windows (Arghhh!) mas a verdade é que tudo isso dá muito trabalho para um live cd que não vai ser instalado. Assim para utilizar como Live cd acabo por andar com o CD do Kanotix debaixo do braço.

:Montar Discos
Uma das características que mais apreciei no Ubuntu foi o facto de que ao montar um disco, ou uma pen drive esta ficar imediatamente em modo de escrita para o utilizador. Ultimamente tenho reparado que há a tendência de quando o utilizador clica num link de uma disco, apenas serem montadas em modo de leitura. Ora isto é uma chatice terrível e o Ubuntu é ergonomicamente bem desenhado. Se a pessoa ao montar ao disco é porque lhe quer aceder. Se as permissões permitem, então não percebo o porquê de montar apenas como leitura. Isto são coisas que fazem um leigo de Windows afastar-se do Linux. É má publicidade, mas andando. Ainda bem que este Ubuntu sabe por onde vai.

:TRABALHAR
Sendo uma distribuição orientada para o utilizador doméstico, ou de escritório o Ubuntu está despido de compiladores, servidores, etc.. e tal. O Ubuntu vem isso sim "
"equipado" com aplicações que podem ser divididas nas categorias do menu "Applications"

Acessorios
Jogos
Gráficos
Internet
Escritório
Som e Video
Ferramentas do Sistema

As ferramentas apresentadas vão desde o GIMP (editor de fotografia) ao Open Office (semelhante ao da microsoft), passando por um conjunto de jogos para aldrabar o patrão. Nas ferramentas de Som e Vídeo apenas um nota a considerar. A distribuição não traz de raiz suporte para mp3 uma vez que o mp3 é uma codec proprietário e o mundo perfeito utilizaria o Ogg Vorbis. Mas seguindo as instruções online é fácil adicionar o suporte para MP3

:Conclusão
O Ubuntu é verdadeiramente a primeira distribuição linux, a meu ver, que demonstra a capacidade de convencer até os mais leigos na matéria. O Linux sempre teve uma imagem pouco charmosa para quem queria mudar. ?É preciso saber muito?. ?É preciso configurar muito?. Ou seja, a preguiça de aprender sempre foi o maior entrave a qualquer mudança. Ainda se tentou fazer a um desktop manager muito semelhante ao Windows, para convencer os utilizadores a mudar, mas nem assim a migração arrancou.
A meu ver as pessoas mudam se lhes derem produtos de qualidade. E qualidade passa por vender também uma imagem. O Ubuntu reduz a sua distribuição base a algo pensado em utilizar o melhor que está disponível no mundo em termos de open source para produzir um desktop linux simples e fácil de utilizar, onde o utilizador não tenha que pensar onde se encontram as aplicações que utiliza no dia a dia. Onde a ergonomia tem um papel a dizer. Linux já não é só para geeks.. Linux é para pessoas à procura de produtividade. Linux pode também ser para pessoas que procurem simplicidade. Afinal esse é o grande segredo do sucesso da apple ? Keep It Simple ? Sell the idea. Ubuntu é essa encarnação no mundo linux e está a gerar uma das maiores ondas de simpatia. Para além disso, alia o compromisso com o utilizador de produzir uma actualização regular deste linux a cada 6 meses. Desta forma o entusiasmo dos programadores em torno desta distribuição é crescente. Podem agendar os seus trabalhos com mais rigor e ao contrário de outras distribuições que tem um calendário ?quando estiver pronto?, permite não angustiar com um sistema à espera da eterna actualização. O Ubuntu está a ganhar a confiança dos utilizadores e tem merecido os mais rasgados elogios das diversas partes. Até o Ian Murdock (Pai do Debian) já veio aproveitar o Ubuntu para tentar incentivar um acréscimo de rigor na calendarização dos novos lançamentos.

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