quarta-feira, abril 13, 2005

KUBUNTU 5.04

Actualmente o irmão desta distribuição, o UBUNTU, é o menino bonito das distribuições do planeta. Bate todos os recordes de hits no distrowatch.com e bateu até o mais que simpático Mandriva (antigo Mandrake agora associado ao Conectiva). Para além do mais o Ubuntu trouxe finalmente a plataforma linux para um nível em que verdadeiramente já se pode falar de Desktop Linux. Sempre fora difícil convencer as pessoas a renderem-se a este sistema operativo, uma vez que mesmo depois de ter um sistema instalado e actualizado, o utilizador médio achava que tinha instalado uma série de programas dos quais não precisava para nada e que segundo ele apenas tornariam o seu pc mais lento. Verdade seja dita, o utilizador de Linux Desktop não precisa de compiladores, servidores e afins. O utilizador de Desktop precisa de:

- Um browser no qual confie
- Um pacote de Office com processador de texto, folha de cálculo e programa de apresentações
- Um programa de email robusto e que permita gerir várias contas, contactos e agendas.
- Um conjunto de joguinhos de cartas para estar entretido enquanto faz que trabalha
- Um sistema multimédia para ouvir uma musiquitas, ver uns filmes e pouco mais.

Uma distribuição que se proponha ser tão simples que permita ao utilizador ter isto sem ter que configurar uma palha, sem ter que se preocupar com Shells / Roots / etc / debians e a afins é naturalmente um sucesso.

ARRANQUE
Ao contrário de outros live cds, o UBUNTU e o KUBUNTU Live não permitem fazer instalação a partir do live cd. Para se poder fazer a instalação no Disco Rígido é necessário possuir a versão install dos mesmos. Se não quiser fazer download de duas isos de 700MB cada uma, pode pedir cds de Instalação e Live completamente grátis a partir do site da distribuição. Serão enviados para a morada que indicar sem nenhuma cobrança.
O processos de arranque do Kubuntu Live é muito semelhante ao do Install, recorrendo a um modo de texto para configurar algumas características do seu computador, nomeadamente o teclado e localização. O restante processo de detecção é automático e o Kubuntu consegue detectar quase tudo. A princípio tinha o computador com 128MB Ram e com apenas 2MB para vídeo e ele teimava em colocar o ecrã em 800x600 o que me obrigava a digitar no menu de arranque do grub

live vga=791

para o forçar a utilizar o modo de 1024x768.

Depois de acrescentar memória, coloquei na Bios a memória vídeo nos 8MB e o kubuntu detectou bem a minha resolução de trabalho e arrancou sem problemas. Com durante o processo de arranque a minha pen drive estava colocada na porta USB, quando o desktop do KDE apareceu, já lá se encontrava o ícone da pen. Alias quer no KUBUNTU, quer o seu irmão UBUNTU, são muito espartanos quanto à utilização do desktop. O desktop é uma área de trabalho por excelência do utilizador e portanto a distro não a atafulha com gadgets, nem com ícones. Isso será tarefa do utilizador.

KDE 3.4


Kubuntu 5.04 Hoary HedgeHog

E é aqui que entra o UBUNTU e a sua história. Se na versão sem K Tudo gira em torno do Gnome, neste o K quer naturalmente dizer KDE. A versão instalada é a 3.4 e comporta-se lindamente, apesar de os ícones por defeito serem monstruosamente grandes. Claro que eu sou defensor da utilizabilidade e esta é proporcional ao tamanho dos targets. O rato terá menos hipóteses de falhar com estes ícones descomunais, mas num monitor 1024x768 do portátil penso que são descomunais. Talvez a ideia por detrás desta versão tenha a ver com a simplicidade que existe no desktop gnome do ubuntu. O Kubuntu segue a mesma filosofia, mas penso que talvez não esteja tão bem conseguida. De resto, o sistema corre em cima de Xorg o que segundo as últimas tendências, parece ser o gestor de janelas da moda, muito por culpa da mudança de licença do Xfree. A ver vamos como será o futuro.

SOFTWARE
O software que vem instalado nesta máquina é, juntamente com o existente na versão Gnome, o mais interessante para quem estiver com dúvidas se pode mudar para Linux e fugir aos problemas apresentados pela maioria dos utilizadores do Windows. Sem grandes aplicações ?estranhas?, o computador fica instalado com as ferramentas de produtividade mais procuradas no utilizador doméstico ou de escritório. Internet, Office e Multimédia estão muito bem cobertas, pensando que apenas a falta de GIMP (programa de edição de imagem ? o clone do Photoshop da Adobe e talvez o caso que melhor exemplifica o sucesso do linux) pode manchar um pouco esta boa distribuição e assim dar-lhe uma nota inferior que ao irmão UBUNTU.

ACTUALIZAÇÕES
O Ubuntu e o Kubuntu sendo baseados em debian, estão constantemente em desenvolvimento e então a pergunta que se pode colocar é saber porquê optar por esta distribuição em vez de um debian. A grande diferença é que ao contrário da versão estável do Debian, que anda muito atrasada, nunca se sabendo muito bem quando esperar nova distribuição, o (K)UBUNTU garante uma nova distribuição estável com prazos cumpridos. E é este compromisso com os prazos de produção de versões estáveis, que está a permitir ter tanto sucesso.
Naturalmente alguns utilizadores ao olharem para a listagem de pacotes instalados a partir do CD poderão sentir falta de alguns programas favoritos, e quererão instalar coisas novas. O K(UBUNTU) utiliza o sistema APT-GET e os repositórios do ubuntu apontam para as versões estáveis. Se no UBUNTU havia a o Synaptic para servir de interface com o APT-GET (aqui ninguém quer ir para a consola, pois a ideia é ter uma distro easy... mas se quiser pode ir arranhar tudo à mão) no KUBUNTU existe a correspondente versão, o Kynaptic. No fundo permite fazer um upgrade das listagens de pacotes disponíveis e proceder ao processo de instalação dos pacotes novos desejados. O processo de instalação de novos pacotes não podia ser mais fácil. E se por acaso prefere as versões menos estáveis então fique sabendo que existem repositórios UNIVERSE e MULTIVERSE que equivalem às versões testing e unstable do debian... mais ou menos. Basta editar o ficheiro /etc/apt/sources.list e descomentar as linhas necessárias. Aliás o ficheiro explica bem como o fazer. Depois é só utilizar o Kynaptic para instalar a sua distribuição favorita e pronto. Brinca como gente grande.

WINDOWS
É estranho falar de uma distribuição linux e valorizar o Windows. Principalmente quando se diz que este K(ubuntu) é a melhor alternativa ao próprio Windows. Ora acontece que talvez a melhor forma de convencer os utilizadores de Windows, seja mostrar-lhes o que o linux e a comunidade open source são capazes de fazer. Por causa disso o CD Live do Kubuntu, traz uma pasta com cerca de 100MB de programas open source. O Utilizador de Windows pode experimentar as versões para a OS M$ de alguns dos populares programas existentes em Linux. A saber:

- Abiword (Editor de texto simples mas bastante completo)
- Audacity (Editor de áudio)
- Firefox (O melhor browser do momento. O grande rival do IE para quem souber que há rivais ao IE)
- Gimp (O Rival do PSP. O verdadeiro sucesso do Linux passa por este programa)
- OpenOffice ( Este conjunto de ferramentas de produtividade substitui o Office da M$ e acrescenta algumas ideias muito interessantes ao conceito já existente)
- Thunderbird (O Programa de email companheiro do Firefox.)

CONCLUSÃO
O Ubuntu e o Kubuntu estão neste momento a ter o sucesso que é merecido por vários factores: Foram capazes de fazer um linux para utilizadores em vez de especialistas. O sistema é robusto, estável e simples de utilizar. É até divertido, devolvendo o prazer de utilizar um computador. É completamente gratuito e promete continuar a ser. É fiável e permite que daqui a seis meses, possa fazer novo download e nova instalação do novo e mais recente Linux, sem se preocupar se esses seis meses serão 7, 8 ou anos.

--/ Máquina de Testes /--
Compaq Presario 14XL455
Pentium III ? 700 Mhz 312 MB Ram

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