sexta-feira, maio 06, 2005

Simply Mepis 3.3



A minha última aventura nos live linux foi o MEPIS 3.3. Trata-se de um sistema bastante interessante. A ideia de testar o que realmente se passava com este sistema residia nos boatos que corriam amiúde de que era capaz de detectar quase todo o hardware existente no mercado. Decidi testá-lo e fazer correr a sua última versão. Fui ao Website da distribuição e para minha surpresa percebi que estava a fazer download do SimplyMepis 3.3 - Simply porque vai haver uma versão completa constituída por 2 CDs. E para além do mais vai haver também um livro. Até lá, existe para download apenas a versão de 1 CD. Vale a pena? Foi o que tentei perceber.


:AMERICA
Há muitas distribuições de linux, em várias partes do mundo e com diversos "sabores" e esta parece bastante sólida. Depois de saber que é americana, percebe-se que o próprio desgin imposto à distro seja forte, grande e robusto. Numa imagem que os americanos gostam de ter de si. A verdade é que essa imagem não é desagradável. Até é bastante simpática.

:BOOT
A primeira vez que o fiz arrancar fiquei surpreendido pela quantidade de opções disponibilizadas pelo GRUB no arranque. Estes testes são efectuados PC num portátil onde normalmente acabo sempre com a resolução errada e só a opção do GRUB para seleccionar a resolução certa é um descanso. Depois, o processo de detecção do hardware correu lindamente e quando finalmente o processo acabou, somos deparados com o gestor de logins do KDE. Aí somos deparados com a escolha entre fazer login como root ou como demo (as passwords são respectivamente root e demo - isto parece um disparate, mas eu tive que fazer um reboot porque não reparei que as passwords estavam escritas no ecrã do Grub). Neste caso optei pelo root... afinal quero andar a brincar sem me preocupar com as permissões...

:KDE 3.3.2
Muito embora já esteja disponível o KDE 3.4 o SimplyMepis apresenta ainda a versão mais antiga (3.3.2). Bom? Mau? Opiniões. Eu gosto de andar a par do mais recente. O KDE3.4 é bom é melhor, mas apresenta ainda alguma juventude. Penso que aliás no caminho futuro do KDE espera-se pela versão 4. Até lá será o caminho longo das versões intermédias. A opção por uma ou por outra será função dos gostos pessoais. Para o utilizador comum, aquele que utiliza o desktop de forma simples, as diferenças serão mínimas e o que mais se pretende é facilidade de utilização de um sistema. Este, no fim do arranque apresenta desde logo uma série de ícones no desktop e para além dos habituais ícones das drives do computador, aparece um ícone para o script de instalação do Mepis no disco duro facilitando a instalação do mesmo.



:A INSTALAÇÃO
Ao contrário do Knoppix ou do Kanotix, que foram pensados para serem Live CDs que podiam ser instalados, o Mepis é uma distro para instalar que também corre como live CD. Quer isto dizer que o funcionamento como live CD é por vezes um pouco lenta e talvez errática quando comparada com os primeiros. Ao fim de algum tempo de trabalho, as necessidades de memória aumentam, o acesso a CD aumenta... e o sistema "pendura". O Mepis come muita memória a correr no modo Live CD... Por isso o melhor é mesmo proceder à sua instalação, onde se comportará como um Debian para não negar as suas origens...
Assim, se gostar do que viu e desejar fazer a instalação no disco, o desktop do kde tem um ícone chamado "Install Me"... Complicado? Claro que não... o mais dificíl já foi feito durante o processo de arranque com a detecção do seu hardware, coisa que o mepis também faz soberbamente. Aqui é só responder a algumas questões, como em que disco/partição quer instalar, qual o nome a dar ao computador, passwords para o root... enfim... nada que num ápice não permita ter o Mepis instalado.

:ACTUALIZAR E MANUTENÇÃO
Depois de instalado o utilizador pode-se perguntar se realmente tem verdadeiramente as últimas versões. Ora como qualquer boa versão de Debian, actualizar o sistema passa pelo utilitário apt-get, mas se o utilizador não quiser ir para a consola, e preferir utilizar o rato em vez de treinar dactilografia, então pode utilizar o utilitário Synaptic que permite graficamente instalar/remover/actualizar os pacotes do seu sistema. Para além do mais o Mepis tem uma comunidade de fervorosos simpatizantes que pode ser contactada nos fóruns online, nomeadamente em www.mepislovers.org

:APLICAÇÕES
O Mepis vem de fábrica equipado com uma lista de software impressionante, podendo-se encontrar os mais desejados do mundo do utilizador pessoal: O OpenOffice, o Gimp, o Firefox ou o K3b,...
Depois de instalado o sistema fica bastante completo e caso a sua aplicação favorita não esteja instalada pode sempre instalar com o synaptic.

:ERGO
Antes de concluir queria apenas apontar um defeito ao Mepis (Não podem ser só coisas boas). Na barra do KDE aparecem uma série de pequenos ícones, para diversas tarefas e utilitários realmente importantes. Mas eu não concordo com a utilização de "targets" para o rato tão pequenos. É que a velocidade de aquisição de um target depende da distância e do tamanho a que este se encontra do ponteiro do rato e sendo tão pequeninos a velocidade não será talvez a maior. Em todo o caso estes ícones farão as delícias de quem gosta de ter "à mão" essas ferramentas.

:CONCLUSÃO
O Simply Mepis 3.3 é Simply fantástico. Apresenta a robustez necessária para apaixonar muitos, assim como a sobriedade que falta ao espalhafato de outros. Bem bastante bem composto de aplicações necessárias a 99% dos mortais (Se for como eu que só quero aquilo que não foi inventado, vai ser complicado satisfazê-lo). A comunidade é dedicada e muitas soluções podem ser encontradas lendo os threads dos fóruns. Se está tentado a mudar-se para linux esta é uma boa distribuição por onde começar.

--/ Máquina de Testes /--
Compaq Presario 14XL455
Pentium III - 700MHz
320 RAM

A escolha da distribuição Linux

Depois de terminada a acção de formação, eis a hora de escolher a distribuição Linux. CaixaMágica não é mau, mas para mim software tem que ser em Inglês. Desculpem qualquer coisita. E também sempre preferi os originais, portanto para escolher a distribuição andei a ver as distribuições base: Red Hat, SUSE, Debian, entre outras. Devo ter visto outras, mas não me lembro. Agora tinha que escolher.

O Red Hat sempre me chamou a atenção. Talvez por ter sido das primeiras distribuições sobre a qual ouvi falar. E depois toda a gente me dizia que era o standard. E como eu não me entendo com linhas de código e muitas configurações, pareceu-me bem. Mas o Fedora Core3 são 4 CD's. Muito MB para descarregar, SUSE não me chamou a atenção, não sei bem porque, e Debian pareceu-me bem, até porque é possível fazer o download fazeado. Começo agora, depois tenho que desligar e posso continuar mais logo, sem perder o que tinha descarragado até então. Devo confessar que essa foi a principal razão para ter inicialmente escolhido Debian, até porque não sabia nada de nada sobre Linux. Estava escolhido: Debian.

Mas Debian tem um problema. Pelo menos para mim: é muito à base de linhas de código. Nem o instalador tinha opção gráfica. Depois de uma tentativa meio falhada para instalar Debian, decidi que Debian é para quem já percebe alguma coisa de Linux. Não era para mim. E então voltei ao velho problema: o que escolher? Não pensei muito mais: Fedora Core 3.

Depois de alguma relutância em fazer o download, lá descarreguei Fedora. Agradou-me o facto do instalador poder ser gráfico. Tudo instalado, era tempo de começar a explorar.


segunda-feira, maio 02, 2005

FireFox 1.0 vs Opera 8.0

Ia começar a dizer bem do Opera, mas a coisa correu mal: não consegui escrever o post com o Opera. Pura a simplesmente não entrava na caixa para escrever o texto.
Mas a primeira impressão do Opera foi boa: abre páginas destinadas apenas a IE6. O que pode ser bom. Já me aconteceu não conseguir visualizar páginas porque estam desenhadas apenas para IE6.

Coisas positivas no Opera (em relação ao meu browser normal, o FireFox):
- por defeito organiza as páginas em Tab's. O FireFox também dá essa possibilidade. Nunca tinha tentado, mas parece-me bom.
- aparentemente é melhor a fazer downloads.

Coisas negativas no Opera (em relação ao FireFox):
- a função find não é tão agradável. É "normal", abrindo uma janela nova. No FireFox abre uma barra ao fundo da página, e a busca é automaticamente iniciada assim que se escreve alguma coisa.
- a versão gratuita tem uma barra de publicidade. Não que incomode muito, mas está lá a chatear.

Coisas negativas no Opera (em absoluto):
- não consigo escrever com acentos. Pura a simplesmente não os reconhece. Já mudei a linguagem para português, mas não resolveu o problema.
- o indicador de estado (indicando se está a carregar a página ou não) não é muito visível. Aliás, acho que tem, mas ainda não sei se o descobri.

Considerações finais sobre o Opera:
Acho que foi muito baseado no IE6. Pareceu-me que foi muito feito para trabalhar em ambiente M$. Não que isso seja defeito, é apenas uma qualidade pouco apreciada por mim.
Vou continuar a utilisar por mais uns tempos, em paralelo com o FireFox, mas parece-me que não vou ficar cliente.

SLAX 5.04

No mundo dos live CD, há, como nas versões install, muitos "flavors". E há uma versão que é bastante interessante. A dos Mini Live Cd. Estes CDs oferecem ao utilizador um sistema operativo que cabe em menos de 200MB. O objectivo é conseguir gravar um CD de 8cm de diâmetro e desta forma ter um linux capaz de caber num bolso de camisa. De entre os Mini-live-Cd um dos mais interssantes é sem dúvida este SLAX 5.0.4, baseado em SlackWare e oriundo da républica Checa.

PRIMEIRA IMPRESSÃO

O Slax é simples. Terrivelmente simples. Para caber num cd de 200 MB não pode trazer os pacotes mais pesados. Não pense encontrar aqui o Open Office por exemplo. O Slax é feito a pensar na versatilidade, no transporte e no utilizador que precisa de ter um sistema linux por perto para efectuar algumas tarefas simples sem contudo ser intensivo. Ou então alguém que quer começar por instalar um sistema leve e depois ir acrescentando pacotes à medida do seu gosto, sem ter que começar com uma distribuição pesada e ter depois que limpar, limpar, limpar, sem ser muitas vezes bem sucedido.

ARRANQUE

O arranque é efectuado sem problemas de maior. Se não utilizarmos os cheat codes especiais, o slax arranca dando enter no boot e acaba numa consola de login. Consola? Sim. O Slax em vez de lançar automaticamente o ambiente gráfico fica na consola. Como alguns dos utilizadores de uma distro leve, a utilizam muitas vezes como firewall ou como recover CD, esta opção até pode ser utilizada. Contudo não se pode ter o melhor de dois mundos. Agradar e a utilizadores avançados e ter uma distro simples é complicado, e neste Slax eu prefiro a sua simplicidade.

48 HORAS

As minhas primeiras 48 horas com esta distribuição tiveram os seus ups and downs. Primeiro testei a distro na versão 5.00 que tinha alguns bugs. Depois não conseguia aceder à minha pen. Depois.. as versões 01 02 03 e 04 sucederam-se a um ritmo que parecia que não queriam parar. De cada vez que faziam uma iso parecia que se esqueciam de verificar qualquer coisa. Até que nesta versão parece que acertaram. Agora que tudo parece funcionar comecei a viver com a distro.

LOGIN

Muitos Live CD arrancam com um utilizador por defeito e com a conta de root desactivada. E nessas alturas para conseguir aceder como root é preciso fazer

sudo passwd

e depois atribuir uma password de root para a conta ficar activada. No caso tal não acontece. O utilizador pode aceder como root utilizando a password que está na consola de login, o que num live cd onde não é possível fazer muitos estragos, faz todo o sentido. Outra das características deste Slax é que não arranca em modo gráfico. O utilizador só arranca com o modo gráfico se assim pretender, através do comando

startx

de resto pode trabalhar em consola. Claro que muitas vezes tal bastará, uma vez que este CD vai funcionar execelentemente como rescue.

PENDRIVE

Para quem já leu este blog, sabe que a minha pen drive é a forma que mais utilizo para trabalhar com estes live linux... permite-me ter os textos, as imagens e andar com a casa atras, como se costuma dizer. Para minha infelicidade a pen não apareceu no desktop quando arranquei pela primeira vez e também não apareceu no Storage Media do Konqueror. Assim para instalar a pendrive fiz o seguinte:

abri uma consola

como estava logado como root (root@slax:~# deve aparecer no ecra) fiz lsusb para listar as coisas ligadas ao usb e verifiquei que estava lá a pen. Como a pen fora encontrada fiz

ls /dev/sd* (serviu para saber se tinha o device sdaX, normalmente associado às pens...)

Obtive:

/dev/sda /dev/sda1

Como o sda1 estava lá tratei de criar uma pasta para montar a pen

mkdir /mnt/pen

por fim faltava apenas montar...

mount /dev/sda1 /mnt/pen

a partir deste momento a pen estava disponível em modo de escrita e de leitura. Faltava apenas criar um icone no desktop a apontar para ela.

Para isso no desktop cliquei com o botão direito numa zona vazia. Fiz Create New... e depois Link to Device...

O quadro que se preenche de seguida é muito simples bastando estar atento em colocar no último separador o device correcto da nossa pen, no meu caso introduzi /dev/sda1

A minha pen estava configurada. Podia começar a escrever este texto.

KDE 3.4


SLAX 5.04 desktop

O KDE é talvez, juntamente com o gnome, o gestor de janelas preferido pelos utilizadores de linux e nesta versão 3.4 parece ter atingido a qualidade que durante bastante tempo andou escondida. No slax, ao contrário por exemplo do Kubuntu, os ícones não são desproporcionadamente grandes e parece ser mais agradável de trabalhar que nessa outra versão. O Slax pretende ser simples e verdadeiramente é.

SOFTWARE

Em 200MB naturalmente não é possível trazer muito software instalado. O Slax quando instalado no disco rígido não ocupa mais que 550 MB. Mas mesmo assim o Slax pode ser um excelente rescue CD. O slax traz em termos de produtividade o KWord, o Kspread e o Kpresenter (Pacote Office oficial do KDE) que são mais leves que o pesado OpenOffice. Em termos de Internet não encontrei o Firefox, que é de momento o melhor browser para se ter, mas o Kde tem o quase tão aclamado Konqueror. Utiliza também o Kmail e o Kopete como programas de email e de Instant Messaging. Para gravar CDs o Slax traz naturalmente o K3b e a razão pela qual falo dele é porque finalmente esta versão open source passou a receber a concorrência de peso do NeroLinux. Por enquanto o NeroLinux parece estar ainda a anos luz da versão open source, mas a concorrência é sempre salutar e geradora de novos desafios.

JOGOS

Para enganar o patrão, todos os sistemas operativos trazem um conjunto de joguinhos, claro que este slax não foge à regra e apesar dos 200MB do CD, pode-se encontrar lá no menu de aplicações o KBounce, o Patience e o KBattleShip. Nada do outro mundo, mas também o linux não foi feito para jogar.

UTILIZAÇÃO

Tenho que ser justo. sou um Recem chegado ao Linux em termos de utilização assidua. Algumas coisas, gadgets gráficos e afins são uma supresa para mim, mesmo que já existam há muito tempo. Uma das coisas que descobri neste Slax é a barra "à la Mac OS - X" que se pode colocar no topo do ecrã. Sempre fui um defensor desta barra, que elimina completamente a barra da janela da aplicação. Com isso ganha-se espaço e velocidade de utilização. Em termos ergonómicos é só atirar o rato lá para cima que não há o risco de falhar. Uma verdadeira benção. O Gnome também usa esta barra, mas no caso, apenas para os menus mais comuns.

BUG

Um bug que me surgiu durante a utilização do slax foi o seguinte. Comecei a escrever este texto no KWord e gravei-o como rtf para depois o poder editar no Word da M$, para testar a compatibilidade. Fi-lo mas gravei o nome do ficheiro com uma série de pontos no meio do nome. Ora A M$ não gosta de nomes com pontos e substitui-o por um nome com til. Depois ao reabrir o Kword no Slax com o ficheiro de trabalho, o Kword ao fim de algum tempo .. pendurava... e perdia o trabalho todo. Porquê? Penso que por causa do conflito com os nomes. Aqui fica o aviso. Cuidado com a forma como se dá os nomes aos ficheiros quando se pretende trabalhar em ambientes mistos.

CONCLUSÃO

Baseado em Slackware, o Slax supreendeu-me acima de tudo pela velocidade e pela leveza. No meu portátil correu às mil e uma maravilhas. Se até agora eu sou fã de Debian e suas variantes e penso que apenas mudaria para um Fedora se me obrigassem esta distribuição pela sua leveza parece-me ser muito, mas mesmo muito boa. Leve, robusta e simples de utilizar. Para a utilizar o utilizador tem que saber quais as suas limitações. Naturalmente não possui os gadgets de outras distribuições, mas é muito atraente e tem uma imagem muito cuidada. Aliás, penso que demasiado cuidada.


--/ Maquina de Testes /--
COMPAQ PRESARIO 14XL455
Pentium III - 700Mhz - 320RAM