domingo, abril 10, 2005

UBUNTU 5.04

O mundo do Linux sempre foi um mundo eu nunca fiquei mas onde ocasionalmente regressava. As viagens sempre foram curtas, pois a descoberta de algumas facilidades aliciantes, logo eram contrapostas por algumas saudades de outras preguiças do Windows. A grande dificuldade do Linux em se estabelecer como verdadeira plataforma para o comum dos mortais, sempre foi a sua flexibilidade. Talvez o Ubuntu ao reduzir essa flexibilidade tenha feito apaixonar de novo o grosso das pessoas. Eu decidi experimentar esta distribuição da qual nada sabia para tentar voltar a acreditar.

:Para o Leigo
Enquanto utilizador de Windows a grande reticência sempre presente na procura de uma mudança é a franca falta de segurança que os programas de windows apresentam. Isto porque essa mesma falta de segurança leva a que facilmente se arranjem cracks, números de série, patches e afins. A verdade é que os programas de computador não foram feitos para terem números de série e de segurança e afins. Foram feitos para trabalhar. Para produzirem aquilo para que foram idealizados. No mundo Windows este pequeno grande ?bug? criou uma industria paralela, que se dedica ao comercio e exploração deste nicho de mercado. Claro que não estou a defender que o software deva ser livre... bem até estou a defender que sim, o software deve ser livre. As patentes são um anedotário e coisas como o click ou as janelas serem quadradas estarem patenteadas levará ao fim de muitos bons projectos. O software existe por si e não por causa do dinheiro. E enquanto os tribunais não perceberem isso vamos continuar a assistir ao desaparecimento de excelentes projectos. Agora ao Ubuntu...

:Arranque.
Logo no arranque o Live Ubuntu ? (a análise é sobre a versão live. a install ficará para outras alturas) mostra o menu de arranque. Aqui podem ser definidos alguns parâmetros de arranque, mas normalmente basta carregar no enter para que o processo corra sem problemas. A detecção do hardware parece correr sem problemas de maior, com um único detalhe. O Ubuntu não inicializa a minha placa Wireless com um chipset da Ralink ? rt2500. Paciência. Podemos contornar isso mais tarde se instalarmos o Ubuntu no Disco.

:GNOME 2.10


Ubuntu Desktop

O Ubuntu utiliza o Gnome na sua versão mais recente, a 2.10, para criar um ambiente de trabalho limpo, simples e muito elegante. Pessoalmente experimentei o último KDE 3.4 com os seus ícones gigantes e desgostei. Achei-o muito mal acabado. Talvez um pouco apressado e prefiro até o desktop na versão 3.3.x à 3.4... O Ubuntu, em todo o caso, vem com o Gnome (quem preferir o KDE, tem o Kubuntu, disrto irmão deste mas com desktop KDE). Durante muito tempo, por influência do Suse, fui utilizador do KDE e só mais recentemente é que apreciei com mais veemência a simplicidade de funcionamento do Gnome. Acaba por ser um desktop que verdadeiramente funciona. Que se torna naquilo que uma pessoa necessita de um desktop. Um espaço de trabalho. Daí que dentro desta filosofia, os programadores do Ubuntu tenham decidido manter o desktop completamente limpo de gadgets e applets que ocupariam espaço. No topo, a barra com 3 menus leva-nos onde queiramos. Isto tudo corre em cima do Xorg

:Wi-Fi
Como já disse, o Ubuntu não detecta a minha placa Wireless. O Knoppix e o Kanotix já trazem os drivers para esta placa o que me faz ficar de nariz torcido porque o meu acesso à net é feito por Wireless. Claro que depois de fazer a instalação do ubuntu no disco a coisa simplifica-se. Posso fazer download do código fonte dos drivers e compilá-los. Ou então utilizar o ndiswrapper para utilizar os drivers do Windows (Arghhh!) mas a verdade é que tudo isso dá muito trabalho para um live cd que não vai ser instalado. Assim para utilizar como Live cd acabo por andar com o CD do Kanotix debaixo do braço.

:Montar Discos
Uma das características que mais apreciei no Ubuntu foi o facto de que ao montar um disco, ou uma pen drive esta ficar imediatamente em modo de escrita para o utilizador. Ultimamente tenho reparado que há a tendência de quando o utilizador clica num link de uma disco, apenas serem montadas em modo de leitura. Ora isto é uma chatice terrível e o Ubuntu é ergonomicamente bem desenhado. Se a pessoa ao montar ao disco é porque lhe quer aceder. Se as permissões permitem, então não percebo o porquê de montar apenas como leitura. Isto são coisas que fazem um leigo de Windows afastar-se do Linux. É má publicidade, mas andando. Ainda bem que este Ubuntu sabe por onde vai.

:TRABALHAR
Sendo uma distribuição orientada para o utilizador doméstico, ou de escritório o Ubuntu está despido de compiladores, servidores, etc.. e tal. O Ubuntu vem isso sim "
"equipado" com aplicações que podem ser divididas nas categorias do menu "Applications"

Acessorios
Jogos
Gráficos
Internet
Escritório
Som e Video
Ferramentas do Sistema

As ferramentas apresentadas vão desde o GIMP (editor de fotografia) ao Open Office (semelhante ao da microsoft), passando por um conjunto de jogos para aldrabar o patrão. Nas ferramentas de Som e Vídeo apenas um nota a considerar. A distribuição não traz de raiz suporte para mp3 uma vez que o mp3 é uma codec proprietário e o mundo perfeito utilizaria o Ogg Vorbis. Mas seguindo as instruções online é fácil adicionar o suporte para MP3

:Conclusão
O Ubuntu é verdadeiramente a primeira distribuição linux, a meu ver, que demonstra a capacidade de convencer até os mais leigos na matéria. O Linux sempre teve uma imagem pouco charmosa para quem queria mudar. ?É preciso saber muito?. ?É preciso configurar muito?. Ou seja, a preguiça de aprender sempre foi o maior entrave a qualquer mudança. Ainda se tentou fazer a um desktop manager muito semelhante ao Windows, para convencer os utilizadores a mudar, mas nem assim a migração arrancou.
A meu ver as pessoas mudam se lhes derem produtos de qualidade. E qualidade passa por vender também uma imagem. O Ubuntu reduz a sua distribuição base a algo pensado em utilizar o melhor que está disponível no mundo em termos de open source para produzir um desktop linux simples e fácil de utilizar, onde o utilizador não tenha que pensar onde se encontram as aplicações que utiliza no dia a dia. Onde a ergonomia tem um papel a dizer. Linux já não é só para geeks.. Linux é para pessoas à procura de produtividade. Linux pode também ser para pessoas que procurem simplicidade. Afinal esse é o grande segredo do sucesso da apple ? Keep It Simple ? Sell the idea. Ubuntu é essa encarnação no mundo linux e está a gerar uma das maiores ondas de simpatia. Para além disso, alia o compromisso com o utilizador de produzir uma actualização regular deste linux a cada 6 meses. Desta forma o entusiasmo dos programadores em torno desta distribuição é crescente. Podem agendar os seus trabalhos com mais rigor e ao contrário de outras distribuições que tem um calendário ?quando estiver pronto?, permite não angustiar com um sistema à espera da eterna actualização. O Ubuntu está a ganhar a confiança dos utilizadores e tem merecido os mais rasgados elogios das diversas partes. Até o Ian Murdock (Pai do Debian) já veio aproveitar o Ubuntu para tentar incentivar um acréscimo de rigor na calendarização dos novos lançamentos.

--/ Máquina de Testes / --
Portátil Compaq Presario 14000
Pentium III - 700Mhz - 312 RAM
Disco de 10 GB + Leitor de DVD 24X

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